terça-feira, 8 de julho de 2008

Ô "Injustus" Mundo!


Pasmem senhores leitores! Agora, além de publicitário, empresário, apresentador e papa-anjo, Roberto Justus virou cantor! Isso mesmo, “virou”, o que é muito diferente de ser um. Esta semana ele deu entrevista a Jô Soares e levou consigo uma banda com nada mais, nada menos que 11 integrantes. Conta inclusive com o ex-integrante do grupo Dominó, Rodrigo (barbaridade, não sei quem pode estar mais perdido nessa história!). Papo vai, papo vem e, depois de tanto jogar confete em si próprio, Justus disse não ser um exímio profissional na área musical, mas reconhece em si um talento a lapidar (só espero que não faça com o talento o mesmo que faz com seu cabelo!). Se não bastasse lançar o álbum “Roberto Justus – Entre Nós”, somente com músicas cantadas em inglês, o célebre dono do jargão “tá demitido” vai fazer turnê com o show do seu mais novo lançamento.

Tudo bem, a gente bem sabe e conhece o jeitão canastrão de um dos empresários mais famosos do Brasil, pegador, com lindas mulheres em sua lista (Adriane Galisteu, Eliana e agora à espera de mais um filho com Ticiane Pinheiro), mas jamais poderíamos imaginar que a falta de noção de Roberto pudesse ir além do seu gosto por penteados de cabelo! Ainda na entrevista que deu a Jô Soares, disse que como não era um bom profissional da área (ainda, pois está fazendo aula de canto duas vezes na semana), quis cercar-se de bons profissionais para compor sua banda e gravar seu primeiro álbum em parceria com a grande gravadora Sony BMG. Fala sério... agora quem tá dando uma de Aprendiz é ele! E quem é que demite o cara agora? Onde vamos parar?

Com tantas pessoas munidas de talento infinitamente superior ao de Roberto Justus, mas que não encontram uma pessoa, lugar, instituição interessada em investir, o cara me vai lá e grava um álbum apenas com o argumento de que adora cantar em karaokê e achou que poderia levar isso a sério! Lastimável para um empresário de tamanho sucesso e reconhecimento, indignante por parte da Sony BMG, que sem dúvida recebe diariamente várias e várias demos de cantores com um real propósito pela e para uma música de verdade. Mas, como quase tudo nesse país é uma questão de poder aquisitivo e nem sempre de talento, vamos ter que ir levando os “Robertos Justus” da vida até aparecer alguém com menos topete e com um maior discernimento de ridículo.

quinta-feira, 3 de julho de 2008

Parada Gay: Ainda Funciona?

E esse final de semana tivemos algumas paradas gays espalhadas pelo Brasil, como em Curitiba, Aracajú e Brasília. Todo ano, como sempre, sem grandes novidades (sejam elas argumentativas ou até mesmo a título de visual para o povo que desfila), as paradas passaram, provavelmente deram seus recados e voltaram para casa com aquela agradável sensação de missão cumprida. Será?

A cada dia que passa as questões que envolvem a união entre pessoas do mesmo sexo ganha mais notoriedade frente à imprensa, à sociedade e às rodas de discussão ao redor do mundo. Pelo visto, cada vez mais as pessoas estão sentindo que o sentido de igualdade deve ser mais uma prática e não apenas uma teoria que enfeita as constituições dos países no planeta. Mas será que tudo está sendo ouvido da maneira certa? Ou melhor, será que a comunidade gay no mundo está sabendo falar das suas questões e está sabendo ser ouvida?

As questões gays passam por várias esferas e em todas elas encontra inúmeras barreiras. Em alguns campos, como a religião, fica difícil o combate, uma vez que uma doutrina, seja ela qual for, é sedimentada pelo tempo e fundamentada por lideranças nem um pouco abertas. Mas deixe estar, pois tudo o que se pede é uma visão laica das coisas, frente apenas a essa igualdade bela que precisa sair do papel e ir para a vida e o cotidiano das sociedades. Falando ainda em esferas, os principais problemas do movimento gay se encontram na mentalidade das pessoas e na regularização da situação frente ao Estado maior. Mas, como discutir com esferas tão densas com esse tipo de argumento? (vide foto ao lado)



Respeitando o gosto de cada de um e o direito que cada um tem de ir e vir como quiser, definitivamente o gay é representado por figuras que beiram mais o mundo da fantasia e do irreal do que da realidade que todo homossexual luta para ter. Ou será que o gay vive e convive 24 horas com esse aparato todo de figurino e maquiagem?



Ou vão trabalhar todos os dias de
sunga com o corpo todo lambuzado e óleo?




Não, eu não posso crer que esse seja o
mundo gay, não pelo menos o mundo real.

Infelizmente, não creio que as Paradas Gays tenham mais a força e a atenção que tinham até alguns anos atrás. No seu início, foram de crucial importância para mostrar que o homossexual estava perdendo o seu medo de ser quem ele é, estava colocando abaixo todas as máscaras e abrindo mão do medo do preconceito das pessoas. Mas com o tempo, as máscaras e os argumentos foram mudando e não simplesmente caindo. Com isso nasceram os rótulos e a sustentação de alguns mitos do universo homossexual. Dessa forma, eu não vejo como ser aprovada no governo federal a lei que regulariza a união civil entre pessoas do mesmo sexo. Consigo entender porque os dois pés atrás de uma vara da infância ao analisar um caso de adoção de uma criança por um casal homossexual.

O grande foco de tudo está sim na abertura de mentes e a na derrubada de alguns valores e idéias bem antigas. Mas o que poucos imaginam é que o início de tudo, da solução e do espaço para a luta a que se propõe a classe homossexual, está na própria classe. Enquanto os gays não fizerem de sua condição e comportamento algo natural frente às esferas da sociedade e do Estado, não serão ouvidos e reconhecidos como tanto querem e lutam. O choque pode ser uma arma importante, mas no momento não parece estar fazendo tanto efeito como fez no início das Paradas Gays no mundo. Ninguém leva a sério o argumento de pessoas que aderem aos rótulos do universo homossexual e dos símbolos que o transforma numa grande fantasia, pois afinal, essa fantasia choca, e isso ninguém pode negar. E não falo só de maquiagens e roupas espalhafatosas, ou homens seminus desfilando com os corpos suados em cima de trio-elétricos. Por exemplo, em Brasília, um rapaz que acompanhava a carreata de sons e pessoas, estava sem camisa, com sua calça jeans totalmente aberta, exibindo sua apertada cueca box branca e a silhueta de seus “documentos”. Tudo isso para quê? Isso é ser gay?

O dia que o próprio homossexual se aceitar como é – homem ou mulher e tão somente – sem criar uma condição que se adapte a sua orientação sexual para acreditar que só assim isso tem sentido, o mundo abrirá os olhos para a seriedade dessa questão e certamente passará a reconhecer a lógica de se aplicar na prática o conceito teórico de igualdade para aqueles que amam os iguais. Antes disso, é murro em ponta de faca e comodismo, pois simplesmente atribuir a causa dos problemas na constituição velha, na mentalidade arcaica das pessoas e no conservadorismo dos nossos representantes políticos, é muito fácil! Tirem a maquiagem, vistam suas roupas e vão a luta de cara limpa! Somos NORMAIS e devemos agir como tais!